Revolta
- Vinícius Macieire Luz
- 3 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
A disciplina pode matar
Obedecer a uma ordem errada
Também é pecar
A segurança pode nos roubar
Sem liberdade para andar
A vontade de lutar
Pode confundir
O lado que devemos estar
O lado que devemos ir
E como saber não é mesmo ?
Se bandido e político roubam
Se assassino e polícia matam
Em quem confiar ?
Se tem bandido de boné e de gravata
Se as notícias podem ser para enganar
Se a verdade pode ser editada
No que vamos acreditar?
A quem dirigir nosso clamor
A ouvidoria não nos dá ouvidos
Há religiosos roubando em nome do senhor
Discursos sem sentido
Faz gente ficar sem pensar e a dispor
Quando nós quem pagamos
Nós que prestamos favor
O que devemos admirar?
Se bondade tem intenção de publicidade
Se a felicidade é para postagem
Prefeito faz o estado entrar em calamidade
Para conseguir tirar sua própria vantagem
A lágrima na televisão é ensaiada
Se acreditar na melhora é bobagem
Acreditar nesses partidos é burrada
Porque já faz parte da nossa cultura selvagem
Como acreditar na saúde?
Se predomina a doença
Se os postos estão abandonados nas vilas
Precisar de hospital é sentença
Pois centenas morrem nas filas
Se tem vírus criado no nosso citoplasma
Se tem corrupção até na farmácia
Se tem médico que é fantasma
Não tem investimento, nem eficácia
Como acreditar na educação?
Se tem mendigo que é PhD
Realidade alucinante
Não investem no estudante
Presídios, mansões, café da manhã
São muito mais importantes
Se roubam até o dinheiro da merenda
Para terem um terno mais elegante
Como saber como estamos ?
Se há cerca na prisão e em nossas casas
Se reclama dos corruptos
Mas pega dinheiro da calçada
Como levar isso a sério
Se dessas coisas fazemos piada
Se é corrupto o ministério
De qualquer lado se cai numa cilada
Como confiar na justiça ? Se ela pode ser comprada
Como acreditar na política ?
Se ela sempre dá errada
Como acreditar na mídia ?
Se ela é manipulada
Se está infectada como chamamos de lavra?
Como escrever na bandeira "ordem e progresso"
Se isso aqui são só palavras!
Quem não se revolta com tanta injustiça? Quem não fica desesperançado? É difícil ver muito a muito tempo e pouco ter mudado. Poema/revolta/desabafo escrito em 2017
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